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domingo, 14 de outubro de 2012

No princípio era apenas o Amor. .. E o Amor é eterno... Ele vive e vencerá!

Atos dos Apostolos 2.42-44 Porque nenhuma sociedade prevalece na violência. O sonho de amor que Jesus viveu e pregou, é o ideal.
Existe uma aldeia onde a Natureza, criada pela Força Superior, é respeitada como deusa, provedora da vida... Onde a sociedade é governada pelo Amor e o Amor é feminino, matriarca do Universo. E pode-se tocá-la, senti-la, vivê-la... Onde o inaceitável é o preconceito, a violência e o desrespeito para com a deusa e os demais habitantes, é a falta de caridade e de responsabilidade universal, é aprisionar os dons e não usá-los para defender a harmonia e a individualidade de cada um. As dores são curadas pelo esforço contínuo de súditos que cultivam cura em seus jardins... Ervas, flores e frutos, em caldeirões fumegantes, fazem rejuvenescer, trazem o sopro da vida novamente a corpos doentes, e milagres acontecem cotidianamente. A floresta inteira contempla essa harmonia. Os corpos, templos do Amor, células de Sua essência, são iluminados por estrelas, nutridos pela Natureza, cuidados como pedras preciosas para serem com o espírito (sopro da Força Superior em cada ser), partículas de eternidade. Compartilha-se o ar, o sentir, o querer, as cabanas, o que se colhe, o que se vive, o que se ama. Olham-se nos olhos, decifram-se almas. Rios de águas límpidas e doces brotam nas rochas por toda a aldeia. Ouve-se canções felizes, hinos de amor e paz, entoadas por crianças, em toda a parte. Corpos se unem em um ritual de encantamento, até alcançar onde não se imagina poder chegar em cada um, até chegar ao firmamento e sentir a Força Superior criadora da deusa, amante do Amor, que faz a semente germinar e a união durar, que toca o ventre que gera outra vida... e tudo recomeça no amanhecer... (Isaias 11.6-9).

O sol já havia banhado as águas límpidas do riacho e os bem-ti-vis, como em todas as manhãs, faziam coro com sabiás e rouxinóis, despertando toda a aldeia, quando saiu da lagoa depois de banhar-se com os últimos raios de lua do alvorecer. Sua beleza encantava a natureza que tocava seu corpo nú, com a brisa docemente perfumada por flores do campo. Não se contavam as horas, nem se percebia o tempo, mas ouviu ao longe um alvoroço de crianças, sinal de que todos já estavam reunidos. __ É a partilha acontecendo. __ pensou Caminhando descalça até a frente de sua tenda, admirava a imensa beleza que encontrava pelo caminho. Árvores centenárias com seus troncos enormes, uma diversidade de cores e de flores, essências e sabores, o ar puríssimo e o cheiro de relva, a inebriava. Percorria esse caminho todas as manhãs, como um ritual, mas a natureza tem vida e a cada dia se renova tornando-se mais esplêndida e magnificamente mais rica e poderosa. Prostrou-se na terra molhada pela chuva que caía como bênção todas as noites naquele paraíso, ergueu as mãos, entoou com sua voz de harpa tocada pelos anjos, uma canção de louvor à Força Superior, criadora daquela magnitude e provedora e sustentadora de todas as coisas vivas.

"Eu te louvo, Ó Força do vento, eu te louvo, ó Dono do Mar, eu te louvo, Tu que seguras com Tua mão forte as estrelas do céu, Tu que despedaças as trevas e faz-me ver a luz de todo dia... Vós que amassaste a terra na água e desse barro me criastes e com Teu Amor me formaste e me tiraste do nada que eu era...”

Uma multidão de crianças, jovens e adultos, dançavam e cantavam ao redor de uma pequena fogueira acesa ... Alguns tocavam violões, alfaias e tambores. Moças, muito jovens, distribuíam taças cheias do mais puro vinho e um pedaço de pão.

 “Eu te louvo pela uva amassada e triturada por meus pés, que agora bebo juntamente com meu povo, celebrando Tua Glória, dividindo meu Amor... Pelo êxtase que nos causa Tua presença no meio de nós... pela colheita farta, pelo milho que fêz-se pão... pelo chão"

Muitas vozes ao mesmo tempo davam glória, cantavam, brindavam, festejavam como numa boda, todos numa alegria, numa plenitude como se presenciassem algo extraordinário.

"Celebramos a grandeza da Natureza, nossa mãe, provedora do universo, e prometemos lutar para preservá-la, pois fazemos parte dela, somos partículas de sua totalidade. Como o ar” __ e o vento, como se atendesse a um chamado, soprou mais forte, fazendo seus cabelos dançarem e as folhas do chão voarem para longe. “como o fogo” __ a fogueira que ardia tímida no meio deles, explodiu em cores, aquecendo mais ainda os corações. “Como a água __ gritou __ e o riacho próximo transbordou levemente molhando os pés de todos. “E como a terra” __ um pequeno tremor foi percebido por toda a aldeia.

“Sim ó Grande Força, ó Imenso poder, toda a natureza vem louvar-Te conosco. Tudo prostra ao Teus pés, diante da Tua força que transforma, que cria, que nos mantêm de pé.”.

A Natureza acalmou-se... A aldeia silenciou... O Amor havia os visitado novamente. Todos se abraçaram, sentiam uma alegria imensurável, cheios de vida, capazes de realizar e conquistar grandes coisas. Várias tendas no mesmo quintal, não havia cercas, dividiam tudo, o mel e o fel, as dores e os prazeres, o que se colhia na extensa plantação de legumes, verduras, cereais, ervas medicinais de todos os tipos, pomar... Não havia um só que chorasse com fome, não havia um só que morresse de sede. Um imenso jardim, de todas as flores, lírios, rosas, crisântemos, orquídeas, margaridas e tantas outras tão lindas, inimagináveis, inebriavam a aldeia com seus perfumes que, ainda, podia ser sentido ao longe... Tendas, braços e corações sempre abertos... Érika Azevedo

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Sacralizar o humano e humanizar o divino, apenas o Amor.
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